21/07/2008

PAPA DENUNCIA EXPLORAÇÃO DESENFREADA DOS RECURSOS NATURAIS DO PLANETA 17.07.2008 AFP


O Papa Bento XVI denunciou hoje os estragos causados pela exploração desenfreada dos recursos naturais do planeta, perante 150 mil jovens católicos de todo o mundo, reunidos em Sydney para as Jornadas Mundiais da Juventude.

Bento XVI lembrou a “erosão, a desflorestação, a sobre-exploração dos recursos minerais e marinhos para alimentar um espírito de consumo insaciável”.

O Sumo Pontífice sublinhou que a própria existência de alguns países do Pacífico “está ameaçada por um aumento dos níveis do mar”, enquanto outros países sofrem com as consequências de uma seca devastadora”.

A Terra, “maravilhosa criação de Deus, está a ser percepcionada pelos seus habitantes como uma realidade hostil, como uma coisa perigosa”, lamentou.

Entre os jovens que estão reunidos em Sydney estão muitos originários das ilhas do Pacífico ou de países asiáticos recentemente atingidos por catástrofes naturais que muitos dizem ter sido causadas pelas alterações climáticas.

Bento XVI falou ainda dos “falsos ídolos” da sociedade materialista e apelou aos jovens para não se deixarem seduzir por quem vê neles “simples consumidores”.

O Papa criticou ainda o aborto e as manipulações de embriões, questionando “como o espaço humano mais belo e sagrado, que é o seio maternal, se pode tornar num local de violência”.

10/07/2008

ACTIVISTAS DA GREENPEACE "INVADEM" SUPERMERCADO EM LISBOA 25-06-2008 Lusa


"Lista vermelha" de peixes em extinção

Activistas da Greenpeace "invadem" supermercado em Lisboa

Um grupo de activistas da Greenpeace Portugal invadiu hoje o supermercado das Amoreiras, Lisboa, para distribuir pelos consumidores e vendedores uma "lista vermelha de peixes" em vias de extinção e que - aconselham os ecologistas - não devem ser vendidos ou comprados.

A acção foi preparada em segredo, como é hábito da organização, tendo sido marcado um ponto de encontro com os jornalistas, que só uma hora antes foram informados do local e do tipo de acção programada.

"A escolha do supermercado foi aleatória, apenas tivemos em conta que era um dos espaços que vende quase todas as espécies de peixe que constam da lista", explicou o porta-voz da Greenpeace Portugal, Evandro Oliveira.

A chegada às Amoreiras foi feita em transportes separados, para que o grupo não pudesse ser identificado pelos seguranças e responsáveis do espaço comercial, tendo os activistas entrado no supermercado sem qualquer identificação.

Às 13h10, conforme combinado, vestiram os coletes da Greenpeace, começaram a distribuir as brochuras que descrevem as 15 espécies que não devem ser vendidas nem compradas e conversaram com as vendedoras, os consumidores e os responsáveis do grupo de supermercados Auchan.

"Sabe como são capturadas estas espécies? Sabe que não deviam vender salmão, pescada ou bacalhau?", perguntou a activista Beatriz Carvalho à vendedora da banca do peixe, que respondeu saber apenas o que vem nas etiquetas e desconhecer que algumas das espécies que vende estão em vias de extinção.

Das 15 espécies que constam da "lista vermelha" estão alguns dos peixes mais preferidos dos portugueses: bacalhau do Atlântico, atuns, camarões, espadarte, linguado europeu, peixe-espada branco, pescadas, raias, salmão do Atlântico, solha americana, tamboris e tubarões. A resposta da vendedora é a mesma dos consumidores abordados no supermercado pelos activistas: os únicos critérios da compra do peixe são o gosto e o preço. "Não penso na proveniência, é verdade. Mas acho bem alertarem-nos para isto. Vou ler com atenção o folheto e ter mais atenção no futuro", disse Cristina Sampaio, que se deslocava à banca do peixe para fazer as compras da semana.

O grupo de 10 activistas, a que se juntaram redactores, fotógrafos e os operadores de imagem, foi rapidamente identificado pelos seguranças do supermercado que, num primeiro momento, tentaram impedir a recolha de imagem, alegando necessitar de autorização. No entanto, o 'manager' do Auchan, Carlos Fluza, acabou por dar a autorização necessária e mostrou abertura para conversar com os activistas, embora demonstrasse que gostava de ser antecipadamente avisado de acções daquele género. "Diga-me então que espécies vendemos aqui que estão em vias de extinção?", questionou Carlos Fluza, mostrando interesse pela informação prestada pelos activistas.

A Greenpeace enviou em Maio passado questionários aos grandes supermercados a solicitar informação sobre o peixe vendido, nomeadamente as políticas de compra e comercialização, incluindo o tipo de dados disponibilizados aos consumidores sobre as capturas. "Até hoje ninguém nos respondeu, incluindo o Auchan", afirmou Evandro Oliveira, que diz que a organização vai insistir nessa resposta e ameaça "agravar as acções" se os supermercados forem resistentes ao diálogo.

Mas Evandro Oliveira diz ter ficado "muito surpreendido" com a abertura dos responsáveis do supermercado, das vendedoras do peixe e até dos consumidores: "Esta acção já foi feita em outros países pela Greenpeace, mas aqui correu muito bem. Fiquei muito surpreendido".

Os peixes que constam da "lista vermelha" têm sérios riscos de serem provenientes de pescas ou viveiros insustentáveis, segundo a Greenpeace, que diz ter sido feita uma investigação pelos cientistas da organização.

O bacalhau do Atlântico é classificado como "vermelho" devido à situação de sobrepesca e ainda à pesca com redes de arrasto de profundidade, que tem grande impacto no fundo do mar.

Quanto ao camarão, a organização diz que por cada quilo capturado pelo menos 10 quilos de outras espécies são atiradas ao mar mortas ou moribundas, algumas das quais tartarugas em vias de extinção.

"Os supermercados têm o poder de gerar a procura de peixe sustentável e de mudar a oferta aos consumidores. Só desta forma podemos garantir que os oceanos não são destruídos e que vamos ter peixe nas próximas gerações", concluiu Beatriz Carvalho.

NAÇÕES UNIDAS CONSIDERAM INSUFICIENTE ACORDO DO G8 SOBRE O CLIMA 09.07.2008 AFP

O compromisso sobre as alterações climáticas anunciado hoje na cimeira do G8 no Japão é insuficiente para deter o sobre-aquecimento do planeta, defendeu hoje o director do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnua), Achim Steiner, na rádio alemã NDR.

Quando os jornalistas da NDR lhe perguntaram se o acordo conseguido no Japão permitirá travar as alterações climáticas, Steiner respondeu: “não, de maneira nenhuma”.Os países do G8 (Japão, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Rússia) “não deram passos para trás mas acredito que ainda estamos longe do que precisamos fazer hoje”, acrescentou.“Estamos a perder tempo. As consequências tornam-se cada vez mais dramáticas, o custo para inverter a tendência de aquecimento global é cada vez mais elevado”, lembrou.

Hoje, os países industrializados do G8 estiveram reunidos com as economias emergentes (G5) no Japão e acordaram uma “visão comum” sobre o problema das alterações climáticas mas não chegaram a fixar nenhuma meta para a redução das emissões de gases com efeito de estufa.


Alterações climáticas: dezasseis anos de promessas internacionais

O comunicado dos países do G8 na cimeira de Toyako é a última de uma série de declarações políticas relativas à redução das emissões de gases com efeito de estufa. Estas são as mais marcantes:

1992:
A Cimeira da Terra, no Rio de Janeiro, elabora a Convenção da ONU para as Alterações Climáticas (UNFCCC, sigla em inglês) e apela a uma redução voluntária das emissões de gases com efeito de estufa (GEE).

1997:
É adoptado o Protocolo de Quioto, primeiro acordo internacional incluindo objectivos concretos de redução de GEE. O objectivo para os países industrializados é a redução de 5,2 por cento das suas emissões até 2008-2012, em relação a níveis de 1990.

2001:
Os Estados Unidos, responsáveis por um quarto das emissões mundiais de GEE, rejeitam o Protocolo de Quioto, alegando ser prejudicial para a economia norte-americana e injusto, por não incluir a China e a Índia.

2007:
O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, sigla em inglês) prevê um aumento provável das temperaturas médias mundiais de 1,8 a 4 graus até 2100, em relação a níveis de 1990. Considera que as emissões deverão começar a diminuir a partir de 2015 para limitar o sobre-aquecimento em dois graus até 2100.A União Europeia decidiu, unilateralmente, reduzir as suas emissões em 20 por cento até 2020, em relação a níveis de 1990. Propõe elevar este objectivo aos 30 por cento se não se chegar a nenhum acordo internacional.O G8 acorda a necessidade de reduzir “de forma substancial” as suas emissões de GEE, comprometendo-se a considerar “seriamente” a proposta europeia de reduzir para metade as emissões mundiais até 2050.A Conferência da ONU sobre alterações climáticas adopta um calendário que sublinha a “urgência” de uma acção internacional face ao sobre-aquecimento.

2008:
O G8 apoia “prever e adoptar (...) um objectivo de redução de, pelo menos, 50 por cento das emissões mundiais de GEE até 2050”.

03/07/2008

PÓLO NORTE PODERÁ FICAR SEM GELO ESTE VERÃO 28.06.2008 Lusa

O Pólo Norte poderá ficar sem gelo este Verão devido ao aquecimento global, alertaram investigadores do Centro de Dados sobre Gelo e Neve dos Estados Unidos.
Segundo os cientistas, a probabilidade de o gelo que cobre o Árctico derreter é de mais de 50 por cento. A camada espessa de gelo, que durante muitos anos cobriu a região, ter vindo a derreter e ter dado lugar a uma enorme placa de gelo fino, que pode facilmente derreter com o Verão.

O aquecimento global está a afectar também, e de forma grave, as regiões polares do planeta, referem os cientistas, citados pelo jornal espanhol “El País”.Os cientistas temem agora que o desaparecimento de uma parte importante do gelo leve a outra consequência: o oceano absorva mais calor e faça aumentar ainda mais as temperaturas do clima local.

Se isto ocorresse originaria um problema ambiental, mas também político, uma vez que as nações com territórios no Oceano Glaciar Árctico poderiam aceder com mais facilidade aos valiosos recursos naturais desta zona do planeta, ainda por explorar.