06/03/2009

Ninguém cometeu maior erro do que aquele que não fez nada só porque podia fazer muito pouco.
Edmund Burke

Reservas do país estão “a saque” denuncia criador dos primeiros parques naturais

O fundador e primeiro presidente do Serviço Nacional de Parques, Fernando Pessoa, considerou hoje que os parques naturais portugueses estão "a saque" e criticou a "inoperância" das entidades governamentais que tutelam o Ambiente.

"O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) é uma tontice", disse hoje o professor convidado da Universidade do Algarve à agência Lusa, à margem da apresentação de um livro.

Segundo o arquitecto paisagista, que criou os primeiros parques e reservas naturais portugueses, o instituto está "descaracterizado" e a "estragar" o trabalho "sério" que começou no pós-25 de Abril.

"Está tudo transformado num clientelismo", afirmou, apontando o caso Freeport como um dos "escândalos" que ocorreram na Reserva Natural do Estuário do Tejo e que, diz, não constitui caso único.

O responsável falava à margem da cerimónia de apresentação do livro "Árvores e Arbustos", do arquitecto José Marques Moreira, que foi hoje apresentado na Universidade do Algarve.

Quanto à Ria Formosa, que se estende por cinco concelhos algarvios, entre Loulé e Vila Real de Santo António, Fernando Pessoa salientou os "ataques" que têm sido feitos àquele sistema lagunar.
"Qualquer dia [a Ria Formosa] parece um lago no meio do Campo Grande", ironizou, criticando o Ministério do Ambiente e ICNB de "inoperância" e acusando-os de não conseguir garantir a conservação da natureza.

"O que se faz em Portugal vai completamente ao arrepio do que acontece no resto da Europa, nomeadamente em Espanha", afirmou, acrescentando que Portugal é o único país onde os parques não têm um director.

"Há um supervisor para quatro ou cinco parques e com tantos adjuntos isto mais parece uma economia de mercearia", concluiu Fernando Pessoa.
04.03.2009 Lusa

A FRASE

"Para que nós, os nossos filhos e os nossos netos podermos prosperar no século XXI precisamos reduzir a nossa dependência do petróleo, utilizar a energia da forma o mais eficiente possível e reduzir as nossas emissões de dióxido de carbono".

Steven Chu, secretário norte-americano para a Energia, Reuters, 05-03-2009

Investigadores espanhóis descobriram uma nova espécie de peixe antárctico

Uma nova espécie de peixe antárctico, Gosztonyia antarctica, foi descoberta no Mar de Bellingshausen, no Oceano Antárctico, durante as campanhas do Instituto Espanhol de Oceanografia nos Verões austrais de 2003 e 2006.

Os quatro exemplares recolhidos durante as campanhas medem entre 25,4 e 30 centímetros.
A nova espécie foi encontrada a 615 metros de profundidade numa zona que não era estudada desde 1904, aquando da expedição do navio “Bélgica”, e onde, segundo o “El Mundo” online de hoje, a fauna era absolutamente desconhecida.

O estudo da biodiversidade do Mar de Bellingshausen tem sido “sistematicamente ignorado pelos projectos internacionais porque é um mar muito inacessível e porque os seus fundos não estão cartografados”, explicou ao jornal espanhol o investigador Jesus Matallanas, perito em taxonomia de peixes antárcticos, responsável pela descoberta e investigador da Universidade Autónoma de Barcelona.

A descoberta, publicada na revista “Polar Biology”, diz respeito ao estudo taxonómico de um grupo específico de peixes, os Zoarcídeos.
A investigação permitiu saber que, “contrariamente ao que acontece em outros mares do Oceano Antárctico, no de Bellingshausen, os Zoarcídeos são o grupo de peixes dominante abaixo dos 550 metros de profundidade”, explicou Matallanas.

05.03.2009
PÚBLICO