27/10/2008

Uma história de sucesso


Um bando de grandes gansos das neves (Chen caerulescens atlantica) sobrevoa a área protegida de Cap Tourmente, no Canadá.

No início do século XX existiam cerca de três mil destas aves, à beira da extinção. Por isso, o Serviço canadiano de protecção da natureza criou esta área protegida, em 1969, como uma das medidas para ajudar a aumentar esta população.

Hoje há mais de 800 mil aves.

22/10/2008

A guerra chegou à passerelle


22-10-2008


Cores sóbrias, olhos baixos, manchas de sangue e bocas amordaçadas. A guerra abre feridas, até na moda.


Ao terceiro dia da semana de Moda em Lakme, em Bombaim, na Índia, a beleza fica escondida por trás dos efeitos da guerra. A colecção do estilista indiano Narendra Kumar reflecte a violência crescente que se vive no mundo.


Fotografia: Arko Datta/Reuters

Brasil: quase metade da Amazónia pode desaparecer até ao final do século

22.10.2008 Lusa
Um investigador brasileiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um dos principais órgãos de pesquisa do Brasil, alertou em entrevista para o perigo de quase metade da Amazónia desaparecer até ao final do século.

"Boa parte da Amazónia pode desaparecer se houver um aumento global da temperatura de quatro graus centígrados ou mais até o final do século", disse Carlos Nobre, considerado um dos maiores especialistas no Brasil em mudanças ambientais globais.
Segundo o especialista, o perigo é de até 40 por cento da Amazónia desaparecer. Nobre esteve no Rio de Janeiro ontem para participar da sexta edição da Bienal de Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que este ano apresenta o tema "Amazónia: Evolução e Diversidade".
Nos últimos 50 anos a temperatura em todo o mundo subiu 0,7 graus celsius e as observações climáticas apontam também para um aquecimento nas regiões de florestas, explicou Carlos Nobre, também presidente do Programa Internacional da Geosfera-Biosfera, entidade de pesquisa interdisciplinar sobre as mudanças ambientais globais.
"A Amazónia corre o risco de savanizar", alertou Nobre, adiantando que as florestas tropicais precisam de muita chuva, quase diariamente, para sobreviver. Esta transição decorre não apenas da subida das temperaturas provenientes do aquecimento global como também dos incêndios florestais, da diminuição de chuvas e da mortalidade de árvores.
"O que se projecta para a Amazónia é uma savana empobrecida de espécies. Diferente do que temos no rico cerrado na região central do Brasil que tem um período com muita chuva e grande biodiversidade", assinalou.
”Perda de um terço das espécies do planeta”
Segundo Nobre, a projecção para o final do século é "preocupante". Para o investigador, a perda de florestas tropicais "potencia a erosão da biodiversidade" e pode ter consequências para o resto do mundo. Ainda não se sabe o alcance dos resultados, mas admitiu que "pode haver a perda de um terço das espécies do planeta".
E avançou que já há espécies de animais e vegetais que desapareceram nos últimos 15 anos devido da subida da temperatura nas regiões tropicais.
Nobre reconheceu que "não é fácil reverter o quadro". Mesmo que o Brasil e os países em desenvolvimento, que respondem por quase 20 por cento das emissões de gases estufa, voltassem "milagrosamente" a zero nas suas emissões, o aquecimento global continuaria.
Apesar da situação actual parecer pessimista, a partir de suas investigações no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do INPE, Carlos Nobre apontou para algumas saídas que podem amenizar e alterar as projecções para o futuro.
O bom exemplo da fruta açaí
O investigador propõe o uso sustentável dos recursos, um "novo paradigma económico para a Amazónia". "Temos que agregar valor à floresta sob a óptica de um funcionamento ecológico preservado".
Como exemplo, o especialista cita a fruta açaí que "já virou um produto mundial" e bastante comercializada.
O especialista defendeu que a área desmatada pela pecuária, por madeireiras e pelo agronegócio, que representa 18 por cento da área desflorestada, seja substituída por um mecanismo de pequenos proprietários que praticam uma agricultura mais tradicional.
"A tragédia da Amazónia deve-se ao uso dos recursos de modo não sustentável", declarou.
Carlos Nobre é membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, além de participar desde 2007 como membro da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS), uma organização autónoma com sede em Itália.

20/10/2008

Indústria de pesca bilionária à beira do colapso

14 de Outubro de 2008
Mar de Bering, Estados unidos da américa — Uma das maiores indústrias na pesca está à beira do colapso. O escamudo-do-alasca*, peixe largamente utilizado para fazer sandes no McDonalds, usado em receitas de peixe com batatas, palitos de peixe e imitações de caranguejo, viu a sua população decrescer 50% desde o ano passado.
A redução das populações deve-se sobretudo à enorme quantidade dessa espécie que está a ser capturada no Mar de Bering do Alasca. Todos os anos, navios fábrica retiram do mar mais de um milhão de toneladas de escamudo, e impedem que ele consiga se reproduzir com a rapidez necessária para ter os seus stocks recuperados .

Tal como as instituições financeiras de Wall Street entraram em colapso devido à falta de supervisão e ao desgoverno, também a pesca do escamudo está a caminho do desastre. Para conseguir evitar o colapso, o Conselho de Gestão das Pescas do Norte do Pacífico tem que agir rapidamente e decidir a redução dos limites de pesca na sua próxima reunião, que irá acontecer em Dezembro. Somente assim será possível elevar o escamudo para níveis populacionais mais saudáveis.

Uma indústria bilionária
A indústria de pesca do escamudo é um negócio bilionário. Na actualidade, os interesses económicos dessa indústria sobrepõem-se ao senso comum, e, a cada ano, as empresas querem capturar o máximo de peixe possível e obter lucros sempre mais elevados. Apesar dos sinais de aviso e das recomendações dos cientistas para que se reduzam as capturas, a indústria continua a pescar de forma altamente destrutiva.

Qual a quantidade de escamudo que está a ser pescada? Imagine que os peixes capturados em 2004 fossem colocados em fila: esta linha daria a volta ao Planeta Terra mais de 38 vezes! Os stocks simplesmente não conseguem aguentar tamanha pressão.

Dos quatro stocks de escamudo do Alasca existentes, dois estão totalmente esgotados e o terceiro é apenas uma fracção do que foi outrora. Apesar dos sinais de aviso, incluindo cinco anos consecutivos em que se verificaram baixas taxas de sobrevivência dos juvenis, a indústria continuou a perseguir o escamudo nas zonas de desova, capturando enormes quantidades de fêmeas antes que estas pudessem se reproduzir. Esta prática predatória agrava o problema, pois não permite que escamudo cresça, atinja a maturidade reprodutiva, reproduza-se e que o ciclo se perpetue para dar continuidade à espécie.

Ecossistema do Mar de Bering
Os cientistas e os conservacionistas avisaram que, a menos que o Conselho reduza a pressão sobre o escamudo - uma espécie forrageira vital para a alimentação das focas, baleias e dos ameaçados leões marinhos de Steller – todo o ecossistema do Mar de Bering pode estar em perigo. O seu colapso seria fatal para os pescadores e para as comunidades piscatórias tradicionais, que dependem do oceano e da pesca para a sua alimentação e subsistência.

É necessária uma acção rápida
Os interesses da indústria da pesca tiveram um papel importantíssimo na definição da situação actual. O Conselho de Gestão de Pescas do Oceano Pacífico está dominado por representantes deste sector, alguns dos quais ignoram as leis de conflito de interesses, e habitualmente votam contra medidas que afectariam os seus lucros se fossem implementadas.
Em Dezembro próximo, o Conselho de Gestão das Pescas do Pacífico do Norte irá decidir um novo limite para a pesca do escamudo em 2009. Para restaurar a saúde dos stocks deste peixe, o limite tem que ser reduzido à metade, a captura em zonas de desova tem que ser proibida e têm que ser criadas reservas marinhas que protejam os habitats que estão em estado crítico.
Testemunhos - Mais informação sobre o trabalho da Greenpeace para proteger o Mar de Bering.
*Theragra chalcogramma - O escamudo-do-alasca pode aparecer também com a designação comercial escamudo ou ainda Juliana.

10/10/2008

Alemanha garante que crise financeira não ameaçará os objectivos climáticos

09.10.2008 AFP
A crise financeira mundial não vai ameaçar os objectivos climáticos, garantiu hoje o ministro alemão do Ambiente, Sigmar Gabriel. Mas há quem esteja preocupado.
Hoje, a Polónia lembrou à presidência francesa da União Europeia as dificuldades em cumprir o plano climático europeu.

A crise financeira marca “o fim da economia virtual e um regresso à economia real”, o que deverá beneficiar o sector das energias renováveis, considera o ministro em comunicado.
“Para todas as tecnologias que utilizam de forma mais eficaz a energia e as matérias-primas ou que adoptam as energias renováveis, vai surgir um importante mercado internacional nos próximos anos, que será mais rentável para os investidores”, garantiu.
Segundo Sigmar Gabriel, uma “política climática eficaz vai permitir gerar crescimento, empregos e maior segurança energética”.

Uma maioria dos deputados europeus adoptou terça-feira as linhas centrais de um plano de luta contra as alterações climáticas, que deverá ser submetido a uma votação definitiva no Parlamento em Dezembro. Os críticos ao plano argumentam que a crise financeira torna insuportáveis para a indústria os custos da luta contra o sobre-aquecimento global.

O plano fixa como objectivos para 2020 uma redução de 20 por cento das emissões de gases com efeito de estufa, em relação a 1990 – 30 por cento em caso de acordo internacional -, aumentar para 20 por cento a quota das renováveis no consumo total de energia e aumentar em 20 por cento a eficiência energética.



Primeiro-ministro polaco lembra a Sarkozy dificuldades em cumprir plano climático
Hoje, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, foi recebido no Eliseu pelo Presidente francês Nicolas Sarkozy para um almoço marcado pelas questões do Ambiente e da Energia.
À saída do encontro, Tusk disse aos jornalistas que chamou a atenção de Sarkozy para as dificuldades da Polónia - onde o carvão ainda é uma das principais fontes de energia - para respeitar os compromissos do plano climático europeu.
Segundo o Eliseu, Sarkozy respondeu a Tusk que é necessário "encontrar compromissos" mas sem pôr em causa a ambição da União Europeia de conseguir um acordo sobre o "pacote energia-clima" antes do final deste ano.

08/10/2008

Dependendo da caridade de estranhos


Algumas pessoas pedem esmolas e roupas por ocasião de um festival religioso na Índia.

O festival Durga Puja é um evento popular entre os hindus da região de Bengala e celebra-se até quinta-feira.

Foto: Rupak De Chowdhuri/Reuters

Público online 07-10-2008

03/10/2008

Trichet: actual crise é um acontecimento sem precedentes desde a II Guerra Mundial

Presidente do BCE descarta iniciativa semelhante ao plano Paulson
02.10.2008 - 21h12
Por AFP, PÚBLICO

O Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou hoje que a actual crise financeira constitui um acontecimento “sem precedentes desde a II Guerra Mundial” e pediu uma maior cooperação dos países europeus para a enfrentar.

“Nada no passado se assemelha ao que assistimos actualmente”, afirmou o líder da entidade central, em entrevista ao canal de notícias France 24, antes de acrescentar: “Os acontecimentos que enfrentamos são provavelmente os mais graves desde a II Guerra Mundial”.

Num discurso próximo do alarmismo, Trichet diz que as economias enfrentam “um fenómeno de grande, grande dimensão” e devem esperar “um período de incerteza absolutamente excepcional”.

Sublinhando que na origem desta crise estão fenómenos que “não deveriam ter acontecido”, como a subida em flecha do crédito malparado nos EUA ou o recurso a instrumentos financeiros duvidosos, o presidente do BCE insistiu na necessidade de “passar em revista todos os elementos do sistema financeiro mundial”, com o objectivo de “proceder a alterações muito profundas”.